A reeleição de Donald Trump trouxe uma nova onda de medidas econômicas com impacto direto no comércio internacional. Embora sua postura protecionista, alinhada à política “America First”, apresente desafios significativos, ela também abre portas para novas oportunidades estratégicas, especialmente para países exportadores como o Brasil.
Neste artigo, a Bring Consulting explora as principais medidas do novo mandato de Trump e como elas podem transformar o fluxo global de comércio, com foco nos impactos para o Brasil.
O Fim da Isenção “De Minimis”
A administração Trump avalia eliminar ou modificar a isenção “de minimis”, que atualmente isenta tarifas para itens importados abaixo de US$ 800. Essa medida, amplamente usada por gigantes como Shein e AliExpress, facilitou a entrada de mais de 1 bilhão de itens nos EUA em 2023.
Com a possível restrição, produtos brasileiros podem ganhar competitividade, especialmente em categorias que hoje são dominadas por exportadores chineses. Isso cria um momento estratégico para o Brasil se reposicionar em setores como moda, calçados e produtos agrícolas.
Tarifas para Empresas que Produzem Fora dos EUA
Trump reafirmou sua postura de impor tarifas a empresas que não fabricam dentro dos EUA. Essa medida, anunciada no Fórum Econômico Mundial em Davos, pressiona multinacionais a retornarem suas operações ao território americano.
Embora isso pareça um desafio para fornecedores estrangeiros, o Brasil pode encontrar oportunidades ao se posicionar como um parceiro confiável para suprir as lacunas na cadeia de suprimentos americana.
Críticas à União Europeia e a Nova Dinâmica Global
O presidente criticou abertamente as tarifas da União Europeia sobre produtos agrícolas e automóveis americanos e pediu à OPEP a redução dos preços do petróleo. Essas tensões podem redirecionar a atenção dos EUA para parceiros comerciais alternativos, como o Brasil, que possui forte potencial exportador em produtos agrícolas e commodities.
O Serviço de Ingressos Externos
Trump criou o Serviço de Ingressos Externos para gerenciar tarifas internacionais e aumentar a arrecadação. Especialistas alertam que essa medida pode transferir para outros países a responsabilidade pelo déficit americano, prejudicando economias exportadoras.
Para o Brasil, isso pode representar uma chance de estreitar laços comerciais, aproveitando-se do desalinhamento entre EUA e China e do aumento da demanda americana por fornecedores alternativos.
Protecionismo e Tensão Comercial: Desafios e Soluções
A postura protecionista do governo Trump deve gerar tensões comerciais e reconfigurar cadeias globais. Apesar dos desafios, países exportadores como o Brasil têm a oportunidade de diversificar mercados e aumentar a relevância de suas exportações nos EUA.
Como o Brasil Pode Aproveitar as Oportunidades?
- Fortalecer a Competitividade em Produtos Exportáveis: Aproveitar setores nos quais já possui vantagem competitiva, como agronegócio, mineração e manufatura.
- Diversificar Mercados e Produtos: Apostar na inovação e em novos nichos que ganhem relevância com as mudanças na dinâmica global.
- Estabelecer Parcerias Estratégicas: Investir em acordos comerciais que garantam acesso ao mercado americano em áreas chave.
O novo mandato de Donald Trump apresenta um cenário desafiador, mas também com oportunidades para o Brasil. Com uma estratégia bem estruturada e um olhar atento às mudanças globais, é possível transformar desafios em vantagens competitivas no comércio internacional.
Seja para empresas ou governos, entender e se adaptar às novas dinâmicas será fundamental para navegar neste novo cenário econômico.