Mercosur-EU Agreement: What Changes for Brazil


Após mais de duas décadas de negociações, o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia finalmente deu um passo decisivo. No último dia 3 de setembro, a Comissão Europeia validou o texto final do tratado, permitindo que ele siga para avaliação dos parlamentos dos Estados-membros da UE e para o Parlamento Europeu. A expectativa é de que a assinatura oficial ocorra em dezembro de 2025, em Brasília, durante a Cúpula do Mercosul.

O tratado tem potencial histórico e econômico. Será o maior acordo já firmado pelo Mercosul e um dos maiores acordos comerciais globais em número de consumidores abrangidos. Ele consolida uma ponte entre América do Sul e Europa, envolvendo cerca de 780 milhões de pessoas em 31 países. Para o Brasil, representa um salto estratégico rumo à diversificação de mercados e valorização de sua competitividade internacional.

Mas o que realmente está em jogo aqui? E por que esse acordo é um divisor de águas para empresas brasileiras que desejam expandir suas fronteiras?

Acordo inédito que reduz barreiras tarifárias em larga escala

Um dos pontos centrais do acordo é a eliminação de tarifas para a maioria dos produtos comercializados entre os blocos. A União Europeia vai liberar 100% de suas tarifas industriais em até dez anos, enquanto o Mercosul se compromete a eliminar 91% das tarifas em até 15 anos. Isso significa que setores industriais e agrícolas brasileiros terão acesso preferencial ao mercado europeu, com redução significativa dos custos de entrada.

Hoje, apenas 24% das exportações brasileiras chegam à Europa sem taxas. Com o acordo, 92% dos produtos do Mercosul e 95% das linhas tarifárias estarão isentas. Produtos como café, carnes, frutas, calçados, móveis e aviões estarão entre os grandes beneficiados. A ApexBrasil estima que só as exportações brasileiras para a UE podem crescer mais de US$ 7 bilhões ao ano.

Mais do que abrir mercados, essa liberalização gera um movimento de reindustrialização e qualificação das cadeias produtivas nacionais. Para se manterem competitivos, os empresários precisarão investir em certificações técnicas, inovação, rastreabilidade e práticas ESG, tudo isso alinhado às exigências do mercado europeu.

Diversificação de mercados

A ofensiva tarifária dos Estados Unidos contra o Brasil, em especial após a Ordem Executiva impondo o popularmente conhecido “tarifaço”, coloca em xeque a dependência de diversos estados brasileiros em relação ao mercado norte-americano. Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais estão entre os mais afetados. Apenas o Espírito Santo teve 28,6% de suas exportações direcionadas aos EUA em 2024, um volume de US$ 3,1 bilhões.

Nesse contexto, o acordo com a União Europeia surge como uma resposta estratégica. Produtos como aço, ferro-gusa, café e celulose, afetados pelas tarifas norte-americanas, já têm oportunidades de entrada identificadas em países como Alemanha, França, Canadá, Japão e Holanda. Segundo o estudo da ApexBrasil, mercados alternativos foram mapeados para 195 produtos com alta dependência dos EUA.

Ou seja: o acordo Mercosul–UE não é apenas uma conquista diplomática. É uma válvula de escape real e imediata para setores inteiros da economia brasileira ameaçados pelas tensões comerciais globais.

Nova fase para o agronegócio e a indústria brasileira

O tratado também estabelece cotas de exportação e acessos preferenciais para produtos sensíveis, especialmente agrícolas. O agronegócio brasileiro poderá ampliar sua presença em mercados historicamente protegidos, como o francês e o alemão, com produtos como carnes bovinas e suínas, frutas tropicais, açúcar e etanol.

Mas há desafios: os critérios ambientais e sanitários da União Europeia são rígidos. O acordo prevê compromissos com a sustentabilidade, rastreabilidade e controle de desmatamento. Isso exigirá que o Brasil fortaleça suas instituições e promova cadeias produtivas limpas, o que pode elevar o patamar de qualidade e reputação do produto brasileiro no exterior.

Do lado da indústria, o tratado impõe competição com produtos europeus de alto valor agregado, o que força a indústria brasileira a investir em inovação, produtividade e eficiência. Esse choque competitivo é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade de modernização.

BRING no cenário internacional

A BRING se posiciona estrategicamente como facilitadora da internacionalização de negócios brasileiros, atuando como ponte entre os setores públicos, privados e entes internacionais. Com sedes em Londres, Lisboa, Rio de Janeiro e São Paulo, além de operações em todo o Brasil, agimos como facilitadores entre empresas nacionais e mercados internacionais, antecipando movimentos geopolíticos e gerando inteligência aplicada para expansão global.

Nossa metodologia BRIDGE combina análise de risco, mapeamento de oportunidades, viabilidade comercial e suporte jurídico-estratégico para conectar negócios a investidores, compradores e governos estrangeiros. 

Neste novo ciclo impulsionado pelo acordo Mercosul-UE, a BRING está preparada para guiar empresas e governos na construção de estratégias sólidas, com foco em resultados concretos, segurança regulatória e inserção competitiva nos mercados europeus.

O Acordo Mercosul-UE não é apenas um tratado comercial. Ele é um novo mapa de possibilidades para o Brasil. E quem sair na frente, se preparar e se posicionar com estratégia e visão internacional, terá muito a ganhar.

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