O Brasil é um celeiro de talentos, recursos naturais e criatividade empresarial. No entanto, muitas dessas potencialidades permanecem desconhecidas, longe do radar de mercados internacionais ávidos por inovação, insumos e soluções tropicais. Para mudar esse cenário, é necessário mais do que ambição: exige estratégia, articulação e conexão com programas e ecossistemas globais que aceleram a internacionalização.
A expansão internacional deixou de ser um luxo reservado às grandes corporações. Com o crescimento de programas de incentivo à exportação, hubs de inovação e acordos de facilitação comercial, empresas de médio porte e até startups estão descobrindo que o mundo é, de fato, um mercado a ser explorado. Mas a chave para isso está na interlocução correta, e na capacidade de transformar oportunidades em pontes reais de negócios.
A geopolítica atual exige que países em desenvolvimento posicionem seus empreendedores como protagonistas do comércio global. E é aqui que entra a articulação entre empresas, governos subnacionais e agentes especializados em diplomacia econômica.
Programas de incentivo à exportação e inovação
No Brasil, existem mecanismos consolidados para apoiar exportadores e estimular a inovação, como o PROEX (Programa de Financiamento às Exportações), que atua na equalização de encargos financeiros para tornar as exportações brasileiras mais competitivas. Também o BNDES Exim atua com instrumentos de crédito e garantias para exportações, especialmente para fortalecer empresas diante da concorrência internacional.
Além disso, o governo federal vem intensificando suas iniciativas de apoio ao comércio exterior das micro e pequenas empresas. Em 2024, cerca de 11,4 mil MPEs acessaram mercados internacionais, isso representou 40 % do total de exportadores nacionais, com volume de vendas externas na ordem de US$ 2,6 bilhões. Programas como o Acredita Exportação, fruto de articulação entre ministérios, também buscam ampliar o alcance dessas empresas aos horizontes globais.
Mesmo com esses instrumentos, muitos negócios permanecem desconectados dessas redes de apoio. Estudos apontam que as políticas de fomento à exportação beneficiam, historicamente, empresas de maior porte ou localizadas em centros economicamente mais estruturados. A barreira não é a inexistência de programas, mas sim o descompasso entre as ofertas existentes e a capacidade operacional ou de informação das empresas locais para utilizá-las.
O problema não é falta de estrutura, mas o acesso
Apesar da crescente oferta de linhas de financiamento, programas de fomento e iniciativas de apoio à internacionalização, a maioria das empresas brasileiras ainda encontra dificuldade em transformar essas oportunidades em resultados práticos. Segundo a FGV, 67% dos empresários apontam a falta de conhecimento sobre normas internacionais, logística e tributação como obstáculos reais à exportação.
Essa lacuna se deve à fragmentação institucional e à baixa coordenação entre os órgãos implementadores, o que dificulta o acesso a informações claras e a operacionalização prática dos programas existentes. De acordo com o relatório SME Policy Index: Latin America and the Caribbean 2024, da OCDE, muitos países, incluindo o Brasil, enfrentam o desafio de alinhar suas políticas de apoio às PMEs com mecanismos eficazes de articulação interinstitucional, o que reduz o impacto dessas iniciativas especialmente entre empresas fora dos grandes centros urbanos.
Sem acesso a hubs de inteligência de mercado, interlocução jurídica internacional e apoio tático para adaptar produtos, processos e marcas às exigências externas, empresas promissoras continuam presas ao mercado doméstico. Mas não por falta de ambição, e sim por carência de estrutura para atuar fora do país.
Estados e municípios ativos
Quando estados e municípios assumem um papel ativo na promoção econômica regional criando incentivos locais, fortalecendo a infraestrutura produtiva e estimulando a cadeia de valor interna, o salto da economia local para o mercado internacional se torna mais plausível. Por meio de políticas estaduais de atração de indústrias, especialmente aquelas concedendo benefícios fiscais condicionados à geração de empregos, é possível transformar vantagens comparativas regionais em capacidade competitiva global. Um estudo sobre o estado da Bahia mostra que programas de isenção de ICMS e incentivos financeiros, ao longo de dois decênios, estão associados a aumentos significativos de emprego industrial local.
Além disso, a experiência comprova que incentivos à indústria promovem efeitos sociais reais: pesquisa sobre o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba (FAIN) mostra que incentivos fiscais elevaram, em média, em mais de 40% o emprego industrial e a massa salarial das unidades beneficiadas durante o período analisado.
Adicionalmente, a efetividade desses instrumentos é reforçada quando vinculada a metas claras: exigências de contrapartida social e supervisão na implementação ajudam a garantir que o incentivo se traduza em desenvolvimento real, não apenas renúncia fiscal sem retorno.
Quando municípios e estados atuam como agentes ativos dessa estratégia, adaptando programas nacionais e se alinhando ao perfil local, é possível transformar ativos regionais em cadeias produtivas competitivas, gerar escala interna e preparar empresas para enfrentar mercados internacionais com solidez e vigor.
BRING como facilitadora
A BRING atua exatamente neste ponto de inflexão. Como consultoria especializada em internacionalização, diplomacia econômica e atração de investimentos, sua missão é conectar governos, empresários e instituições multilaterais a ecossistemas internacionais.
Com sedes no Brasil, Reino Unido e Portugal, além de uma metodologia própria, a BRING está pronta para guiar projetos brasileiros a fundos de investimento, missões comerciais e agendas multilaterais mundo afora. Nossa atuação não é apenas técnica, mas institucional, garantindo apoio jurídico e estratégico às suas iniciativas.
Além disso, a BRING estrutura manuais, agendas e operações personalizadas de exportação, além de promover rodadas de negócios e prospectar parceiros comerciais com fit estratégico para negócios em todos os estágios de desenvolvimento.
Em um mundo onde as fronteiras comerciais estão mais abertas do que nunca, ficar de fora dos fluxos globais é uma escolha, e muitas vezes, um erro estratégico. A boa notícia é que o Brasil tem potencial e vocação para ser protagonista.
Se você quer entender como acessar programas internacionais de apoio à exportação, atrair investimentos ou explorar hubs globais de inovação, assine a newsletter da BRING e receba, semanalmente, análises, oportunidades e orientações práticas para transformar sua empresa em um negócio sem fronteiras.