A transição energética global não é mais uma visão distante — ela já está em curso. E dois protagonistas têm liderado essa transformação com ações concretas: Alemanha e Noruega. Ambos os países estão acelerando a consolidação do hidrogênio verde como vetor estratégico para descarbonização e segurança energética, ao mesmo tempo em que constroem pontes com parceiros internacionais — incluindo o Brasil.
Alemanha: infraestrutura, política e cooperação internacional
A Alemanha não está apenas investindo em energia renovável — está redesenhando seu posicionamento geopolítico com foco em segurança energética. Com a meta de produzir 5 GW de hidrogênio verde até 2030, o país reconhece que grande parte dessa demanda virá de fora. Por isso, sua estratégia está ancorada em acordos bilaterais e investimentos em infraestrutura para importação, como o novo terminal de amônia de baixo carbono da Yara, em Brunsbüttel. Com capacidade para importar até 3 milhões de toneladas de amônia por ano, o projeto representa cerca de 5% da meta europeia para 2030.
A cooperação energética com países estratégicos também avança. Com o Brasil, por exemplo, a Alemanha atua no desenvolvimento de clusters de hidrogênio verde e projetos-piloto apoiados pela cooperação técnica bilateral.
Noruega: tecnologia, exportação e visão de futuro
A Noruega segue um caminho complementar. Com vastos recursos hídricos e expertise em energia limpa, o país investe tanto na produção quanto na exportação de hidrogênio verde. A planta de 24 MW recém-inaugurada pela Yara, considerada a maior da Europa, já entrega fertilizantes produzidos a partir de amônia renovável — um exemplo concreto da aplicação prática da tecnologia.
Além disso, a Noruega aposta em soluções híbridas, combinando produção de amônia com captura e armazenamento de carbono (CCS), ampliando as rotas possíveis de descarbonização industrial. O objetivo é claro: tornar-se um polo fornecedor confiável de energia limpa para a Europa e além.
Brasil na rota do hidrogênio
Com abundância de energia renovável e posição geográfica estratégica, o Brasil vem ganhando espaço como parceiro preferencial em projetos de hidrogênio verde. Um dos destaques é a instalação da planta da norueguesa Fuella AS no Ceará, com previsão de investimento de R$ 9 bilhões e produção de até 400 mil toneladas por ano.
Outro exemplo é o Cluster de Hidrogênio Verde da Universidade Federal de Itajubá (MG), desenvolvido em parceria com o governo alemão e a Cooperação Técnica Alemã (GIZ), que já recebeu R$ 25 milhões em investimentos. Fonte: GIZ
Iniciativas multilaterais fortalecem a agenda
Esses movimentos se conectam com plataformas multilaterais, como a Mission Innovation, da qual Alemanha, Noruega e Brasil são membros. A missão é ousada: acelerar a inovação em energia limpa por meio da cooperação entre governos, academia e setor privado.
O que isso significa para o futuro?
Estamos diante de uma mudança de paradigma. A liderança de países como Alemanha e Noruega sinaliza que o hidrogênio verde deixou de ser uma promessa e passou a ser parte concreta das estratégias de política externa, desenvolvimento industrial e segurança energética.
Para países em desenvolvimento e empresas inovadoras, esse é o momento de se posicionar. As oportunidades estão se formando agora — e quem souber construir as conexões certas poderá liderar a próxima fase da transição energética.
Como a Bring Consulting pode ajudar
A Bring Consulting apoia empresas, investidores e governos a navegar pelas transformações do mercado energético global. Com expertise em energia limpa e parcerias internacionais, desenvolvemos estratégias personalizadas para inserção no setor de hidrogênio verde e tecnologias sustentáveis.
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