Tensão Global: como disputas entre potências afetam empresas brasileiras


Vivemos um cenário geopolítico tenso: guerras prolongadas, reconfigurações de alianças econômicas e disputas tecnológicas entre superpotências. Mas enquanto tudo isso parece distante, os efeitos colaterais já estão batendo à porta das empresas brasileiras, seja no preço do frete, no acesso a crédito internacional ou na disponibilidade de insumos estratégicos.

Neste artigo, vamos abordar como os embates entre potências como EUA e China, e a fragmentação econômica global, têm afetado diretamente cadeias de suprimento e decisões estratégicas no Brasil. Se você quer navegar com mais clareza por esse novo mapa global, assine a newsletter da BRING e receba semanalmente nossos relatórios, análises e oportunidades de negócios internacionais direto no seu e-mail.

Cadeias de suprimento sob pressão

O fechamento do Mar Vermelho por conflitos no Iêmen, as sanções à Rússia, e o conflito em Gaza têm encarecido rotas logísticas e ampliado o risco de interrupção em cadeias globais. Segundo a UNCTAD (2024), os custos de transporte marítimo aumentaram até 400% em certas rotas desde 2020, e o tempo médio de entrega internacional cresceu 25% em relação ao período pré-pandemia.

Empresas brasileiras que dependem de insumos importados da Ásia, como eletrônicos, fertilizantes e peças automotivas, estão tendo de reformular fornecedores, estoques e até redes de distribuição. Um estudo da CNI revelou que 61% das indústrias brasileiras relataram dificuldades logísticas ligadas ao cenário geopolítico em 2023.

Investimentos travados ou redirecionados

Mais grave ainda é quando essas tensões geopolíticas impactam a percepção de risco dos fundos internacionais. O mundo caminha para uma fragmentação em blocos, e com ela, o dinheiro também escolhe lados.

EUA e Europa passaram a priorizar investimentos “de confiança”, próximos e alinhados geopoliticamente. O Brasil, ainda que esteja fora dos grandes conflitos, precisa se posicionar com mais clareza. O capital não segue apenas eficiência, segue também previsibilidade institucional e posicionamento estratégico.

Com o avanço da política industrial dos EUA e a agenda de reshoring da União Europeia, muitos investimentos estão sendo redirecionados, com isso, o Brasil é diretamente impactado pelas mudanças no apetite de risco de fundos e bancos internacionais.

De acordo com a OCDE, 2023 marcou uma queda de 8% no fluxo global de Investimento Direto Estrangeiro (FDI), com retração acentuada na América Latina. No entanto, quem está posicionado estrategicamente, com compliance forte, certificações ESG e canais abertos com governos, tem mais chances de atrair capital de mercados resilientes, como o Canadá, Emirados Árabes e Japão.

A diplomacia comercial como diferencial competitivo

Em um mundo fragmentado, empresas que dependem apenas da lógica de mercado tendem a perder espaço. Relações institucionais sólidas com embaixadas, órgãos multilaterais e blocos econômicos passaram a ser tão estratégicas quanto o próprio produto.

Exemplo claro é o crescimento da demanda por inteligência diplomática nas negociações com países árabes e africanos. Segundo o Itamaraty, houve aumento de 37% nos pedidos de apoio consular a empresas brasileiras em operações comerciais sensíveis desde 2022. O mapa da exportação já não é só econômico, é político.

A BRING como parceira de empresas em cenários instáveis

A BRING Consulting atua justamente onde o mercado encontra a geopolítica. Apoiamos empresas e governos na leitura estratégica de cenários internacionais, construímos rotas alternativas de exportação e desenhamos agendas de relacionamento com os mercados mais promissores, mesmo em contextos instáveis.

A partir da nossa metodologia BRIDGE, já estruturamos projetos de internacionalização e atração de investimento para players brasileiros em setores críticos como energia, alimentos, tecnologia e agronegócio. Nossos clientes se beneficiam da inteligência de mercado conectada com câmaras de comércio, fundos de investimento e articulação diplomática de alto nível.

Negócios sem fronteiras começam com visão além do óbvio!

É hora das empresas brasileiras deixarem de apenas reagir aos efeitos da geopolítica e passarem a atuar com estratégia. O mundo está cada vez mais fragmentado, e, ao mesmo tempo, mais interdependente. Saber onde pisar, com quem se relacionar e por onde expandir pode ser a diferença entre crescer ou estagnar.

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